segunda-feira, 20 de julho de 2009

GALERIA de PINTURAS - 2009 / 2010

Projecto: Crónicas de um Labirinto XIII
UMA JÓIA, UM DEMÓNIO E UMA ESPERANÇA
100 x 100 - 2010 - 500.00 €
A JÓIA…
Encostei a minha boca ao seu ouvido e murmurei:
“Fiz tanta coisa para não depender de ti e no final acabei por depender de ti…”
(Um tempo antes…)
Aprendi a estudar expressões, aprendi a olhar as pessoas e tentar sentir se estão firmes ou se a instabilidade tomou conta da pessoa.
A “Jóia” amava provocar-me com gestos, sabia que eu não aguentava ficar mudo.
Há expressões que não enganam por muito disfarce com que se tente iludir e aí eu descodificava tais enganos.
Com esta, “Jóia” abriu-se uma porta de inquietações, uma verdadeira delicia facial, uma floresta de olhares e de movimentos e foi aí que tudo aconteceu…um brilho expressivo penetrou em mim, como um raio cintilante, como uma faca que me ia ferir e me empurrar contra a parede.
Falar da “Jóia” é falar da vida, do ar que respirei, do amor que senti, do afecto que dei, e da mão que ofereci sem pedir nada em troca, sem cobrar qualquer retorno. A “Jóia” era o sonho mais lindo, a luz de um corpo, a verdura de uma alma, um sabor viciante e único, uma oferenda de calor e de prazer…um Mundo dentro de um outro Mundo…um Mundo que era o meu.
O DEMÓNIO…
(Um tempo depois…)
Os demónios costumam ter olhos pretos mas este demónio tinha olhos verdes…Mais matreiro e com frieza mortal nos actos…o lado expressivo multifacetado, transformado…o pacto com que?… tanta insegurança, a traição, o desejo proibido…a magia obscura, a reza em estatuas de barro e gritei:
“Não quero jogar mais o teu jogo do desprezo, ele faz doer e muito”
A expressão gélida, de um Demónio instável, inconstante e frio de coração.
Gritei novamente:
”Deste-me tudo o que tinhas, eu não quis nada, e nem te perguntas porquê?”
Sabia bem que este Demónio se escondia dentro dele próprio e as palavras frias que lançava eram setas gélidas que me cegavam e incutiam medo num constante crescente
Gritei de novo!...
“Passamos a vida a ferir-nos uns aos outros e a ver quem magoa mais e como…”
Como se isso fosse importante aos olhos de um Demónio que mastiga beijos e os cospe por entre
dentes manchados de sangue de um inocente que apenas queria um pouco de afecto iludido por um beijo doce enfeitiçado por um amor às escondidas.
Demónio louco, de duas caras, que me fizeste ter prazer como nunca, rasgas-te por dentro, arranhaste-me por fora, na cegueira que me fugia por entre as mãos, a cegueira que eu queria ter…
A ESPERANÇA…
(Sem dia certo…)
Um pássaro veio ter comigo, pousou na minha mesa e comia as migalhas que eu deixava cair de propósito. Olhei para ele e disse-lhe:
“Fazias-me voar, acreditava mesmo que o conseguias fazer…”
Resmunguei…afinal não era mais do que um pássaro procurando sobreviver.
Aquele pássaro estava a ficar gordo de tanto carinho que lhe estava a dar, fiz um gesto com um dedo e ele voou.
Algo mantinha-me quente interiormente, as palavras às vezes não saem com facilidade, muitas das vezes saem lentamente, mais lentas que a nossa expiração, (como uma injecção letal) eu já não sabia qual era a cor da “Jóia”, já nem sabia sequer se era uma “Jóia”que chorou a conta gotas e mesmo tendo o sabor das lágrimas na minha boca, fiquei sem saber se eram lágrimas de despedida sentida ou se eram lágrimas de satisfação por eu partir… Não me enganei, eram lágrimas secas com um sabor amargo, se fossem doces tinha-me pedido para as engolir, só que era como engolir um veneno de perdão, um perdão sem perdão.
No dia seguinte achei a chave para sair da loucura que era incontrolável. Alguém me disse, que a vida estava ao virar da esquina e que, se começasse a andar sem olhar para trás, num passo acelerado, iria descobrir que o novo Mundo estava para lá dessa curva.
Há coisas que já não faziam sentido, razões que já não eram razões, eram apenas destruições de um ser que precisava de voar, se libertar de uma fantasia…
Ouvi uma voz:
“Vai louco, Homem, corre, a vida espera-te!...outra fantasia te espera”
É verdade, tudo não foi mais do que uma fantasia…já nem acredito que um dia foi verdade!...murmurei em silêncio:
“Não era só o meu corpo a matar a sede, a alma era lavada, o espírito se elevava…hoje as necessidades são as mesmas.
Texto de Tó Luís para a pintura: “Uma Jóia, Um Demónio e uma Esperança”, qualquer semelhança é pura coincidência.
2010
Uma Jóia, um Demónio e uma Esperança
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873 - THE COMEDY OF THE COLOURS III / MOMENTS FOREVER


FELINE
100 x 100 - 2010 - 500.00€


Catwoman na Banda Desenhada



Catwoman, com o título original em Portugal de “Mulher-Gato”, é uma personagem da banda desenhada como alter ego de Selina Kyle, inimiga de Batman, que foi criada em 1940 por Bill Finger e Bob Kane, e teve sua primeira aparição na edição número 1 de Batman.
A História
Órfã desde menina, Selina Kyle passou algum tempo num orfanato feminino, do qual eventualmente fugiu. Sua inspiração para se tornar a Mulher-Gato ter-se-ia originado ao observar o próprio Batman, personagem com o qual acabou tendo um romance, que não durou. Após anos actuando como ladra em Gotham City e no mundo, Selina resolveu actuar como protectora do Eastside, bairro em que viveu e trabalhou como prostituta após fugir do orfanato. Hoje mãe, Selina tenta passar o "manto" da Mulher-Gato para sua protegida, a jovem Holly, desde os tempos em que primeiro morou no Eastside. Tarefa essa que tem se provado bastante desafiadora devido aos apuros em que a garota tende em meter-se.
A Origem
A Mulher-Gato surgiu em 1940, na revista Batman, número 1. (O Joker também fez sua primeira aparição nessa edição). Ela era chamada de The Cat e não possuia um uniforme especial para se caracterizar como o faz actualmente. Desde as primeiríssimas aventuras da personagem com o Homem-Morcego, a Mulher-Gato já era uma ladra inescrupulosa da qual Batman sempre se mostrou menos rígido e mais ameno em relação à mesma. Pois sempre após recuperar os pertences roubados pela felina, Batman sempre a deixava escapar. Bob Kane e Bill Finger trabalharam duro para encontrar o visual e o nome perfeito para a personagem. Com o tempo ela ganhou o nome de Selina Kyle, cuja mesma era dona de diversas lojas de animais que decidindo um dia tornar-se uma ladra e, como gostava principalmente e de um modo todo particular de felinos, adquiriu o nome de Mulher-Gato para actuar em Gotham City como criminosa profissional. Numa história publicada em Batman # 52, de dez-1950/jan-1951, conhecida no Brasil por "A vida secreta da Mulher-Gato" (republicada pela Panini Comics em "Coleção DC 70 Anos" # 6, Outubro de 2008), Selina sofre uma pancada na cabeça e passa a recordar-se da sua vida antes de se tornar ladra. Ela conta que era aeromoça e sofreu um acidente de avião, que a fez esquecer-se do passado (sofria de amnésia) tornando-se uma ladra. Ela fala também que seu pai era dono de uma loja de animais, onde havia muitos gatos. No começo, ela vestia-se com um vestido de seda e usava um chicote como arma. Assim sendo, a Mulher-Gato tornou-se uma das personagens mais sensuais e populares da história dos quadradinhos, sendo considerada uma das personagens mais importantes e valorizadas no mundo do Homem-Morcego. Sua exuberância e charme, e o "amor-bandido" vivido por ela para com o Batman, chamaram uma atenção toda particular para si, adquirindo uma imensidão de fãs por todo o mundo. Um facto curioso, é que a Mulher-Gato nunca foi mais que uma simples ladra. Não era considerada precisamente como sendo uma personagem maldosa, mas passava longe também de ser uma personagem do bem. Simplesmente ela era uma mulher aventureira e animada que sentia um prazer imenso em não cumprir a lei e infernizar a vida do Batman. Havia sempre nas suas aparições, uma certa "tensão sexual" entre a Mulher-Gato e o Batman, pelo que, por diversas vezes, é ressaltada a ideia de que um morcego não passa de um rato voador, e uma gata pode com facilidade caçar tal animal.
Catwoman, “O Filme”
O Argumento

A adaptação à 7ª arte foi pela mão do desconhecido realizador francês Pitof , com Halle Berry no papel principal. Estreou nos cinemas em Portugal a 30 de Setembro de 2004. Patience Phillips (Halle Berry) é uma tímida artista plástica que trabalha numa empresa de cosméticos. Quando Patience acidentalmente descobre um segredo da empresa onde trabalha, ela vê-se envolvida numa conspiração corporativa que não imaginara até então. O que acontece a seguir é a transformação de Patience, fazendo com que ela ganhe a força, agilidade, velocidade e sensibilidade de um gato. Com os seus novos poderes e a recém-ganha intuição felina, Patience torna-se a Mulher-gato. O filme é execrado pelos fãs da Selina Kyle dos quadradinhos, por não corresponder em nada com a personagem representada por Halle Berry. Apesar de ter sido criticado por fãs tradicionais, o filme provocou grande impacto sobre a maioria das pessoas que a ele assistiram, devido à grande quantidade de efeitos especiais, cenas de acção, adaptação da história e trilha sonora (de Klaus Badelt).
Fonte: Wikipédia com arranjos de Tó Luís


Feline


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874 - The Comedy of the Colours II / Moments Forever


100 x 100 - 2010 - 500.00€


ON A MARCHÉ SUR LA LUNE




Tintim (no original francês Tintin) é o protagonista da série de ficção de banda desenhada conhecida como “As Aventuras de Tintim”, (Les aventures de Tintin), criada pelo quadrinista belga Hergé em 10 de janeiro de 1929.
A teoria corrente indica que Hergé baptizou a sua personagem como Tintim em homenagem ao álbum de
Benjamin Rabier escrito em colaboração com Fred Isly, denominado Tintin lutin (1897). Tal teoria parece corresponder à verdade, uma vez que, para além do nome, são facilmente verificáveis algumas semelhanças existentes entre Onésime, personagem do álbum referido, e o Tintim de Hergé. O nome Tintim aparece pela primeira vez em 1929, data que pode ser assinalada como a sua origem gráfica.
Dado que a série de quadrinhos possuiu uma existência de quase meio século, a personalidade de Tintim sofreu sutis alterações ao longo de sua evolução, embora sua caracterização se tenha mantido consistente durante todo o seu percurso. O personagem normalmente é apresentado como um jovem
repórter (cuja idade vai presumivelmente da adolescência até a juventude), de espírito aventureiro e curioso, constantemente envolto em casos de investigação criminosa ou em conspirações políticas, geralmente guiado por uma personalidade descrita como nobre, audaciosa e perspicaz. Eventualmente a personagem passa uma imagem de inocência, ainda que procure responsabilizar-se por seus actos de forma presumivelmente bastante madura (não raro criando situações em que dá "lições de moral" a outros personagens mais velhos).
Entretanto, a evolução da série em quadrinhos (que vai da
década de 1930 até os anos 70) faz com que a descrição do personagem reflita a forma como a visão de mundo do seu autor (e da própria civilização ocidental, de uma forma geral) se altera, livrando-se de preconceitos ou agregando outros, de forma que a personagem possua um leve sentimento colonialista e eurocêntrico nas suas primeiras histórias e passe a lutar pela independência das antigas colónias sul-americanas nas últimas histórias.
Tintim era desenhado como um garoto de pele clara e cabelos castanhos, apresentando um característico topete que viria a tornar-se praticamente sua marca registada. Em praticamente todas as suas histórias, Tintim era retratado vestindo uma blusa de
azul e uma calça beje. Porém, dependendo da região do mundo em que se encontrava, ele poderia eventualmente trajar as vestimentas típicas daquele local.
Possivelmente, a personagem da série em quadrinhos que está mais associada emocionalmente a Tintim seja o seu
cachorro de estimação, apelidado de Milu, um fox terrier de pêlo branco. O cão acompanha o repórter desde suas primeiras histórias, demonstrando uma esperteza e uma lealdade superiores aos demais cães.
Da mesma forma, ao longo de suas histórias, Tintim colecionou uma série de aliados. Dentre todos, talvez o mais importante seja o
Capitão Haddock, arquétipo do marinheiro beberrão e ranzinza, mas de bom coração. Outra personagem importante foi o Professor Girassol, igualmente o arquétipo do gênio cientista/inventor das histórias de ficção.


On a Marché sur la Lune



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875 - The Comedy of the Colours I / Moments Forever


90 x 120 - 2010 - 650.00 €


WHY YOU ARE SO SERIOUS?





O mais demoníaco e perturbado assassino psicótico de todos os vilões dos quadrinhos, o Joker é o principal antagonista de Batman. Ele é o completo oposto de Batman, em tudo, desde a aparência.
O Joker é tipicamente um homem de estatura média ou mesmo alta possuindo um corpo magro, vestindo cores vivas, como roxo, verde ou laranja, conforme as histórias, assim como a sua marca de “palhaço”, cujas origens são de diferentes histórias. Dando como exemplo o seu traje real make up no filme, “The Dark Knight”, enquanto em outros filmes mostra a sua pele branqueada (como em Batman, 1989), e também, tradicionalmente, tem cabelos verdes e lábios vermelhos, para terminar o olhar do palhaço psicopata. O Joker assassina simplesmente por desporto e não hesita em brincar com a comida antes de a comer, tendo dito em determinado argumento que os alimentos são os homens que ele contrata para trabalhar para ele. Ele tem tanto de intimidador como de psicótico, conseguindo recrutar homens assassinos, para as suas maldades, apesar da sua insanidade maníaca. Seus métodos são imprevisíveis e incalculáveis. Ele faz as coisas de acordo com seu próprio senso de lógica atigindo pontos altos de comédia negra, e não por desejo de dinheiro, apenas por maldade. Se houve uma coisa que ele fez pelo desejo, foi ter o poder de incutir a anarquia em Gotham, por qualquer meio necessário, provando que a organização e a segurança da cidade é sem sentido e inútil. Ele é um homem extremamente inteligente, e isso é a sua maior arma contra o Batman e a polícia. Ele é freqüentemente confrontado com as autoridades, mas foge facilmente devido a jogos de mente doentia e torcida. Embora ele possa ser o arqui-inimigo de Batman, o Joker sempre teve algum tipo de respeito por Batman, dizendo, em "The Dark Knight", "Por que eu iria matá-lo?” Ou “O que eu faria sem você?". Ele também reconhece que o Batman nunca irá matá-lo, pois é a única regra de Batman, e uma vez que o palhaço não vai matar Batman, eles estão implicitamente destinados a lutar sempre. Como o palhaço diz, "Isto é o que acontece quando uma força incontrolável encontra um objeto imóvel." Em todas as suas múltiplas formas, o Joker permanece como um dos mais assustadores e mais engenhosos de todo o historial em quadrinhos, ficando no ar a pergunta ao Batman, “Porque és tão sério?



Why are You so Serious?
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885 - Crónicas de um Labirinto XI (O SABOR DA MÓNICA)


90 x 90 - 2009 - 600.00€



O texto para esta pintura é baseado no livro (Como matar a solidão), final do capitulo 5, meio do capitulo 18 e final do livro.



A Saudade…do aconchego do peito
Há memórias que ficam para trás, e é irremediável, não porque percam a “ocasião”, isto é, já não vêm a propósito e não é mais que uma minha estupidez armada em razão, apenas perdeu a intensidade, as palavras vão-se diluindo no tempo. Existe dois patamares do passado, um que é o da recordação, que tem gravado nele a saudade intensa dos momentos de felicidade, e o patamar das memórias, que são apenas segundos passageiros, como um disparo dum flash de uma máquina fotográfica, através do qual a imagem vem, dá um calor, um suor, e depressa vai, porque tem mesmo de ir. É certo que o coração foi feito para ser quebrado, só espero que um dia que te lembres que adormecias no meu peito, no meu peito que ainda tem o teu cheiro.




A Viagem…não sei para onde…
Havia que tomar uma decisão, correcta ou não, se faria o telefonema ou se apenas abortava a decisão. Tinha de ser de impacto, senão poderia começar a hesitar e aí, não iniciava o caminho da viagem, uma viragem com dor, mas que era uma oportunidade de dizer a mim próprio que quero esquecer independentemente dos caminhos que possa percorrer no futuro, sejam os mais correctos ou não, mas de facto (isso só o resto da vida é que pode dizer e sinceramente,) há momentos nesta vida em que não se pensa no amanhã. Há pessoas que não vão compreender esta minha decisão, pois não sabem os verdadeiros motivos deste meu grito.A tentar descontraír bebi um sumo frio e comi duas fatias de pizza, a segunda mal comida, mas nem adiantava; assim, instalei-me no meu carro e liguei mesmo, tendo acabado por marcar um encontro para dentro de dez minutos ir ver alguém numa morada, indicada por uma voz deturpada pelo sotaque de alguém não português.
A minha relação com o sexo feminino nos últimos anos, fez de mim um homem mais maduro na maneira de sentir emocionalmente o poder da mente sobre o corpo e, por isso mesmo, pensar em fazer sexo com alguém que não conhecia aterrorizava-me; é complicado o fazer sem sentir algo antes, sem estar mentalmente confortável para aquela situação porque sempre fui algo mecanizado, chegar, tirar a roupa e tocar logo seguida no corpo, mas um corpo estranho inibia-me. Estava a morrer de medo, não porque pudesse acontecer qualquer coisa de ruim, era apenas uma sensação que tinha de o fazer para me libertar, precisava de correr riscos, e certamente não era pelo sexo, a verdade era essa, era mais pela liberdade espiritual de poder falar com alguém do meu problema, com alguém que não conheço, com alguém que me ouvisse. Liguei-lhe mais uma vez porque tinha perdido a morada e quando finalmente encontrei o edifício, não me lembrava em que piso se situava nem de que lado era. Quando cheguei à porta de entrada, ela viu-me pela câmara instalada na parede, abriu-me a porta pelo o automático, entrei e optei por subir as escadas apesar de ter elevador. Não havia retrocesso possível e lá fui subindo devagar pois o meu coração cada vez batia com mais força, sentia-me cansado em todos os aspectos, mas fui subindo até sentir algum barulho que revelasse alguém atrás de uma porta e, chegado a um certo patamar senti alguém de dentro de um apartamento a tocar na porta, que se abriu lentamente e donde espreitou uma cara morena e sorridente; ainda reflecti se era mesmo ali o meu contacto, olhei timidamente para a face dela e uma voz suave e se calhar também assustada convidou-me a entrar. Entrei, apresentei-me, e ela fez o mesmo, olhei de relançe para o corpo dela, vi que estava em langerie de cor preta, abriu-me uma outra porta e convidou-me a entrar para um quarto, um quarto vazio, apenas com um colchão no chão com duas almofadas e com dois tapetes de lado, os faziam conjunto com a colcha. Conversámos um pouco, falei que precisava de esquecer algo do meu passado, que esse motivo estava-me a atormentar físicamente e mentalmente. Ela tranquilamente, acenando com a cabeça disse-me apenas, “tudo bem, relaxa” O meu pouco á vontade continuou. Pouco tempo depois estávamos nús agarrados, confessei-lhe que nunca tinha visto uns peitos tão grandes, ela respondeu, que eu as podia tocar e que as beijasse, assim o fiz lentamente, tentei gozar, que seria o proposito de qualquer homem naquele instante. Além do incómodo da camisinha entrando no meu sexo era o desconforto que a situação em si me trazia para ter uma ereção naquele momento sem mais nem menos. Quando começamos demorei pouco tempo a gozar, o meu estado emocional fez com que a pouca exitação parasse. Nem preciso de afirmar que não cheguei a gozar nada, achei que meu coração ia parar. Aos poucos fui-me restabelecendo dizendo-lhe que preferia conversar, era essa a chave da minha ida aquele lugar, e assim que me consegui descontraír começei a falar do meu problema com palavras soltas e sinceras, mas estranhas para aquela mulher, numa situação em que também ela acabou por passar por uma experiência de grande conforto. Fez-se luz naquele quarto, empatia ao primeiro encontro, conforto emocional. Ela é uma mulher simples, talvez a sua simplicidade seja o seu maior trunfo, posteriormente disse-me várias vezes que quando quizesse telefonar-lhe de novo que o fizesse, a verdade é que eu lhe disse que o faria mais uma vez. Tudo indica que aquele apartamento serve apenas para este trabalho e eu uma ferramenta desse mesmo trabalho, assim o percebi, quando ela me disse esta frase, “nós aqui trabalhamos até ás 23h”. Rapidamente saí, dando-lhe um beijo na testa dizendo-lhe, “Deus te abençoe”, como forma de agradecer, foi uma despedida muito sentida para ambos, ela entendeu que eu não era uma pessoa qualquer, ficou muito surpreendida por tudo o que conversamos porque afinal o “prazer” foi outro, olhando para mim muito serena, despedindo-se com um, “Vai com Deus”. Não soube a idade dela ou até mesmo o nome não sei se é o verdadeiro mas isso sinceramente pouco ou nada interessa, o conforto espiritual que me transmitiu e a minha vontade em esquecer o passado foi determinante, era o sabor da Mónica, sou um homem do mundo e ela é uma mulher do universo…




Dias depois…
Quando na vida se sente que se foi desprezado por alguém em quem se depositou a alma é um castigo sem fim, um castigo sem limites, uma experiência que se cai no vazio, sente-se medo de ficar só, sentia-me a degradar a passos largos, a nossa sombra passa a ser a solidão. O meu segundo encontro com a Mónica aconteceu cinco dias depois e as razões desse encontro foram as mesmas, precisava de falar um pouco de mim, necessitava de dar continuidade á minha conversa a quando da primeira visita, dizer algo que só a ela o poderia dizer, ansiava por respirar novamente a oportunidade de estar com ela e que desta vez íamo-nos conhecer melhor, tinha-lhe de fazer delicadamente algumas perguntas. Nessa noite eu estava bastante sensível, a melancolia habitual dos últimos dias, precisava de ter um carinho diferente e não sei se ela compreenderia essa minha necessidade. Cheguei, e desta vez não me perdi, tinha telefonado do mesmo local anterior e atendeu uma outra pessoa, fiquei com a sensação que estariam várias pessoas no apartamento e que possivelmente não daria para a visitar, até pela hora tardia. Perguntei pela Mónica e ouvi do outro lado, alguém a chamar, uns segundos depois quando me estava a identificar ela reconheceu-me de imediato, perguntei se a podia visitar e logo repentinamente, “claro que pode”. Dez minutos depois estava a tomar um duche, tinha-lhe dito que precisava de ter água no meu corpo para limpar o stress de um dia chato de trabalho. A Mónica desta vez estava acompanhada de uma amiga, também ela com alguém, pessoas estas que não cheguei a ver, apenas só vozes. Em conversa com a Mónica, ela disse-me que eu podia também ter um encontro com a amiga, era uma questão de escolha. Respondi que não, que a minha preferência era só ela…Timidamente deitei-me, estávamos nus, e a meio de uma tentativa de um pouco de prazer falhado, tive a relação desejada, estava muito vulnerável, debrucei-me sobre ela e abracei-a, encostando o meu peito aos grandes peitos dela, foi um abraço intenso e apertado da minha parte, durante esse abraço murmurei esta frase: “mais vale este abraço de aconchego do que tanta coisa”, ela concordou e de seguida apertou-me também. Amei, este abraço, tínhamos dado um passo naquele instante para algo mais íntimo, aquilo a que eu chamo de liberdade espiritual. A Mónica ficou sensibilizada com este afecto e de seguida contou-me um pouco da sua vida, que tinha uma filha de 11 anos e que persegue um objectivo na vida, que ainda não o tinha conseguido mas que o deseja arduamente há 16 meses. Eu disse-lhe apenas que a “sorte” não chega, que deve de lutar por aquilo que acredita. Sexualmente, novamente um desastre, nem me importei com isso, por não ter tido sexo com a Mónica das duas vezes que estivemos juntos, isso na realidade não era a questão central para mim, não estou a procurar nenhuma relação ao sexo nem a minha alma procura qualquer tipo de salvação, pois essa já não a tenho há muito, o que procuro é um abraço, um abraço que eu perdi…

Não devemos julgar as pessoas todas da mesma maneira, nunca se sabe o que vai dentro de cada alma e as suas necessidades, porque no fundo mais vale algo simbólico mas com grande significado emocional do que algo que possivelmente á partida poderia ter uma importância maior mas que no presente não é uma prioridade da vida de uma pessoa. Amar e não ser amado é terrível, considero que é dos piores momentos da vida do ser humano…pode-se ter muita gente à volta, mas a solidão anda em cada esquina…




Tó Luís

A EVOLUÇÃO DA PINTURA…

Durante três meses a pintura “O Sabor da Mónica”, foi evoluíndo até chegar ao ponto final; teve um crescimento atribulado pelo meio com a execução de outras pinturas da série: REFLEXOS, mas chegou finalmente a bom porto com o trabalho realizado.
É altura de dar a explicação, o que é verdadeiramente esta obra e qual o seu significado.

Enquanto lia o livro “Como matar a solidão”, fui criando imagens que transportei para a tela, fiquei sensibilizado pela história retratada e escolhi algumas dessas passagens do livro para retratar na pintura “O Sabor da Mónica”, finalizando com um texto por mim escrito com uma opinião curta e pessoal.

A PINTURA…

O ser humano tem uma liberdade restrita para escolher o seu rumo na vida mas tem no seu pensamento liberdade ilimitada para sonhar caminhos.
As Borboletas criadas na pintura são precisamente essa liberdade do pensamento, o da personagem “Mónica”, andar a seguir um objectivo de vida, um caminho a percorrer, momento esse que está retratado nas borboletas que saem do sexo feminino que se encontra a meio da pintura.

As grades, significam, não uma prisão, mas sim algo em que a personagem Masculina está presa mas que encontrou uma saída espiritual no encontro com a “Mónica”.
Libertando as necessidades espirituais temos o de poder de falar com alguém sobre o seu sofrimento embora esse alguém nem sempre seja quem se conhece.

As Folhas com os tons, Roxos, Brancos e Pretos, que são o fundo da pintura retratam todo o ambiente estranho, emotivo e bastante vivido pelo personagem masculina a quando da visita ao mundo da “Mónica”.
A cor “Preta” na solidão sentida, o “Branco” na pureza da relação e o “Roxo”, na envolvência do lado sonhador da vida.
Tó Luís



O Sabor da Mónica


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886 - Série - REFLEXOS VI


100 x 60 - 2009 - 120.00€



Série REFLEXOS VI


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876 - Série: REFLEXOS XV


50 x 60 - 2009 - 95.00€


Série: REFLEXOS XV


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877 - Série: REFLEXOS XIV


60 x 50 - 2009 - 95.00€


Série: REFLEXOS XIV
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878 - Série: REFLEXOS XIII


70 x 70 - 2009 - 120.00€



Série: REFLEXOS XIII
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879 - Série: REFLEXOS XII


46 x 55 - 2009 - 95.00€



Série: REFLEXOS XII
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880 - Série: REFLEXOS


121 x 61 - 2009 - 180.00€


Série: REFLEXOS XI


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881 - Série: REFLEXOS X


60 x 90 - 2009 - 110.00€




Série: REFLEXOS X


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882 - Série: REFLEXOS IX


100 x 50 - 2009 - 120.00€





Série: REFLEXOS IX


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883 - Série: REFLEXOS VIII


60 x 60 - 2009 - 100.00€



Série: REFLEXOS VIII


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884 - SÉRIE: REFLEXOS VII


121 x 61 - 2009 - 180.00€



SÉRIE: REFLEXOS VII



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889 - Crónicas de um Labirinto XII - Olhos Vermelhos


140 x 60 - 2009 - 550.00€



Olhos Vermelhos



Os incêndios não perdoam. Varrem tudo o que aparece pela frente, casas, vidas e a esperança de recomeçar. Existem mesmo alturas em que até o ferro e o asfalto parecem derreter.
As chamas arrastam lágrimas e sofrimento um pouco por todo o lado, demónios em chamas andam rapidamente e provocam grandes prejuízos, na perda de vidas e ambiente, causando danos na fauna, na flora, e com consequências económicas consideráveis.
A maior parte dos incêndios é por negligência humana nos diversos comportamentos de risco e as altas temperaturas com o ar seco ajudam o demónio a espalhar o terror.
As medidas sérias de combate a este flagelo demoram a chegar e corre-se o risco de o cidadão comum começar a tornar-se indiferente a este tipo de notícia uma vez que em regra não se sente atingido directamente pelas consequências dos incêndios
Há que pensar nos incêndios em geral como desastres ambientais graves que contribuem para aquecer a atmosfera e colocar em risco toda a vida na terra.
Cada vez mais há notícias preocupantes sobre grandes massas geladas que estão em processo de fusão nos pólos devido ao aquecimento global e que podem provocar alagamento nas regiões ribeirinhas em grandes partes do mundo.
A questão é demasiado séria para passar ao lado de cada humano e ainda por cima calcula-se que 98% dos incêndios são de origem não natural o que é apenas um passo para estes olhos vermelhos se alastrarem.




Olhos Vermelhos



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887 - SÉRIE: REFLEXOS V




70 x 50 - 2009 - 95.00 Euros


SÉRIE: REFLEXOS V
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888 - SÉRIE: REFLEXOS IV


80 x 60 - 2009 - 100.00 Euros



SÉRIE: REFLEXOS IV
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892 - Crónicas de um Labirinto VIII - Adão & Eva e a Idade do Sexo


100 x 100 - 2009 - 550.00 Euros



Adão & Eva e a Idade do Sexo



1 - A Arvore, a Fruta, a Serpente e duas pessoas



Pelos valores tradicionais a relação entre duas pessoas rege-se por princípios básicos, o amor, o casamento e os filhos a crescerem, bla, bla, bla. Bem, tudo isto é muito simples mas a realidade pode ser outra…
O pecado original foi cometido e introduzido na terra por Adão, induzido pela serpente no Jardim do Éden. O estímulo da serpente fez com que Eva sugerisse a Adão que também provasse do fruto proibido, o qual foi colhido da árvore do conhecimento.
Entendemos, então, que Adão simboliza o momento em que os homens primitivos iniciam o conhecimento da diferença entre o certo e o errado, passando a ter condições de optar pelo caminho que preferem seguir. É aí que o homem se torna Homem e deixa de ser selvagem e passa a ser…selvagem.




2 - O Adão & Eva contemporâneos



Num certo dia Adão acordou nu sobre uma cama, logo identificou que não se tratava do paraíso mas sim dum resort. Procurou na cama algo macio e quente e sorriu, e naquele instante Eva teve o mesmo pensamento e a mesma reacção; ambos tiveram a “conexão” perfeita. Foi então que ele viu pela primeira vez uma serpente de pé e olhando para ele; isso foi irresistível, acabou encantando a serpente e comendo a tenra maçã.
Nosso Adão contemporâneo acordou em sua cama, em seu apartamento, viu que tudo não havia passado de um sonho, estava atrasado, nessas horas o mais difícil é conseguir ir correndo para o trabalho, o trânsito não perdoa. Só pensou alto...
- Ah! Estava tão bom naquele Paraíso, quero voltar logo! Este despertar não era um castigo pelo pecado, mas sim uma continuação do plano, com o qual Adão e Eva se tinham voluntariamente comprometido. O Raio da serpente que é intemporal, a serpente que simboliza as nossas fraquezas morais e o apego material, encontra-se dentro de cada ser humano e é extremamente sedutora, faz com que inúmeras justificativas sejam criadas para que se cumpra o desejo de satisfação das mais vis paixões, essa serpente de desejos que nos consome intimamente. É a vida não mais do que isso a própria vida, vivida carregada de consumismo emocional.
3 – A Pintura


Seguindo a simbologia do projecto “Crónicas de um Labirinto”, onde os troncos são a simbologia da vida, Adão & Eva, aqui são representados pelas cores tradicionais masculino (Azul) e no feminino o (Rosa).
A Árvore com as folhas, naturalmente simboliza o paraíso, onde as maças verdes e as maças amarelas significam respectivamente a tenra idade e a mais madura. A Serpente introduzida na fruta do meio dá ao pecado original toda a envolvência das personagens.






Adão & Eva e a Idade do Sexo



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